Somos seres humanos únicos e em constante desenvolvimento e isso significa que ninguém é igual a ninguém. Cada um pensa e age de uma forma e tem seus motivos para isso. Para tomar uma decisão, o sujeito pode passar por alguns momentos difíceis e um deles é quando o sujeito é tomado por uma sensação agonizante: a angústia. Mas porque o processo de tomada de decisão é tão difícil para uns e tão fácil para outros?
Lacan considera a angústia fundamental no que concerne ao tratamento psicanalítico. Ela é colocada pelo autor como um sinalizador de conteúdos inconscientes. Segundo este mesmo autor, “o desejo do homem é o desejo do Outro” (Lacan 1962-1963/2004, p. 32). Mas o que quer dizer o desejo do Outro? Ao afirmar que o desejo é o desejo do outro, a psicanálise ressalta que, mais do que qualquer objeto positivamente buscado na realidade, o que nos interessa é o objeto enquanto sendo alvo do querer do outro. “Eu quero o que o outro quer” querendo dizer “eu quero porque é o outro quem quer”. O que me faz falta é aquilo que falta ao outro.
Por muitas vezes nos deparamos com dúvidas nas decisões e parecemos divididos, divisão essa que nos faz pensar e repensar sobre o que queremos, muitas vezes deixando nossas vontades para trás e assim, surge a culpa por não ter ou ter decidido algo. Ou seja, é necessário decidir sem culpa e sem frustrações, mas, que tarefa complexa, não é? No meio de tudo isso ainda se encontra a angústia. Para evitar a angústia, não é necessário (nem possível) o sujeito saber o que o Outro quer, mas apenas supor que o Outro sabe o que quer. A suposição de que o Outro sabe o que quer implica a suposição de que o sujeito pode também saber o que quer, ou seja, a unidade hipotética de um funciona como “garantia” da unidade do outro.
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